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Vinho, a bebida da pandemia, faz bem à saúde

O vinho é a bebida da pandemia do coronavírus. Mais especificamente, o vinho brasileiro foi escolhido para as pessoas enfrentarem o isolamento social. Isso porque as vendas de rótulos nacionais aumentaram 39% nos quatro primeiros meses deste ano, em relação ao mesmo período em 2019. Os vinhos importados cresceram 7%.


Com as medidas restritivas de circulação impostas pelos governos para conter a Covi-19, as pessoas ficaram mais em casa e escolheram como companhia uma bebida essencialmente sociável e que faz bem pra saúde, se consumida com moderação. Não há registros de alcoólotras que tenham seu vício regado a vinho. Geralmente os problemas com álcool são com destilados. Há anos, inclusive, o governo russo estimula a população a beber mais vinho, justamente para enfrentar o problema do alcoolismo que, na Rússia, é movido à vodca.

São inúmeros os benefícios do vinho para a saúde. Diminui a pressão arterial, baixa o risco de aterosclerose, tem ação anti-inflamatória, atenua o risco de problemas cardíacos, como infarto, por combater o colesterol, melhora da digestão e até previne do câncer devido às suas propriedades antioxidantes que combatem os radicais livres. Reforçando: sempre se consumido com prudência (uma taça por dia).

Estudo comprova presença 3,5 vezes maior de resveratrol em vinhos da serra gaúcha Sobre a saudabilidade da Bebida de Baco, há pouco recebi a aprovação de um artigo científico que fiz em parceria com a Dra. Caroline Dani, coordenadora do Mestrado Acadêmico em Biociências e Reabilitação do Centro Universitário Metodista (IPA), sobre o "Conteúdo de resveratrol em vinhos do mundo comercializados no Brasil", que será publicado na Revista Brasileira de Pesquisa em Alimentos. Nosso trabalho demonstra que os vinhos da serra gaúcha têm 3,5 vezes mais resveratrol do que seus principais rótulos concorrentes sul-americanos e europeus (Argentina, Chile, Portugal, Itália e França).

O resveratrol é um polifenol presente na semente e sobretudo na casca das uvas tintas, por isso está presente nos vinhos. Sua principal função é antioxidante, que combate os radicais livres, mas também traz benefícios ao coração, protege conta a diabetes e doenças cancerígenas, entre outros benefícios à saúde já citados anteriormente. [Veja a listagem no infográfico].

A avaliação inédita foi feita pelo Laboratório Lavin, de Flores da Cunha, especializado em análises de bebidas, em abril de 2019, comparando seis vinhos da serra gaúcha com 12 rótulos da Argentina, Chile, Portugal, Itália e França. A escolha desses vinhos teve por base o ranking de vendas no país. Selecionamos os vinhos importados mais vendidos no Brasil e utilizamos seis vinhos, de estilos e preços diferentes, de uma vinícola brasileira, a Casa Perini, que aceitou participar do estudo.

A média de resveratrol dos seis vinhos brasileiros analisados foi de 3,51 mg/L, ante 0,95 mg/L dos rótulos importados. Ou seja, na média, os seis vinhos da serra gaúcha têm 3,5 vezes mais resveratrol do que os 12 rótulos importados mais vendidos no Brasil. O melhor resultado entre 18 vinhos analisados foi obtido pelo Fração Única Cabernet Sauvignon safra 2015, que teve 4,57 mg/L de resveratrol – mais do que o dobro do melhor resultado de um vinho importado, o argentino Etchart Malbec 2017, que registrou 2,15 mg/L de resveratrol.



A teoria nos dizia que a concentração de resveratrol presente nos vinhos depende da variedade, processos de fermentação e da origem geográfica das uvas. A serra gaúcha é tida como uma região úmida e inóspita para o cultivo de uvas tintas. A hipótese preliminar era que, para sobreviver e frutificar, a videira da serra gaúcha produz mais polifenóis, como o resveratrol, para proteger a planta da ação de fungos. Nossa análise comprovou na prática esta teoria. A novidade deste estudo é a comparação de terroir, a origem das uvas utilizadas na elaboração de vinhos. Independente da variedade de uva, as análises demonstram que a origem é mais importante na presença maior ou menor de resveratrol dos vinhos. A Dra. Caroline Dani avaliou a análise feita pelo Lavin e confirma: “Na análise estatística não aparecem diferenças entre as variedades de uvas. O que importa para a maior concentração de resveratrol é a região mesmo. Especialistas em pesquisas sobre os benefícios da uva e seus derivados para a saúde, Caroline Dani diz que a razão é o “estresse da videira”. “Os fatores que levam a formação deste metabólito secundário são estresse no crescimento das videiras na serra gaúcha”, afirma.

Veja como foi a análise completa dos vinhos

Os rótulos avaliados foram os seguintes: Cosecha Reservado 2018 (0,77 mg/L), Etchart Malbec 2017 (2,15 mg/L), Periquita 2016 (1,17 mg/L), Corvo Roso 2016 (0,92 mg/L), Latitud 33 2017 (0,72 mg/L), Casa Silva Cabernet Sauvigon/Carmenèré 2017 (1,17 mg/L), Casillero del Diablo 2017 (0,54 mg/L), Reservado Concha Y Toro 2018 (0,89 mg/L), Santa Carolina Reservado 2017 (0,57 mg/L), Cartucha 2016 (0,74 mg/L), Baron D'Arignac (0,89 mg/L), Santa Helena Reservado 2017 (0,89 mg/L), Arbo Merlot sem safra (3,52 mg/L), Arbo Cabernet Sauvignon sem safra (3,63 mg/L), Casa Perini Cabernet Sauvignon 2017 (3,01 mg/L), Casa Perini Merlot 2017 (3,15 mg/L), Fração Única Cabernet Sauvignon 2015 (4,57 mg/L) e Fração Única Merlot 2015 (3,18 mg/L).


Um dado relevante: 90% das uvas utilizadas na elaboração dos vinhos da Casa Perini que participaram do estudo são oriundas da serra gaúcha – Farroupilha e Vale Trentino (a maior parte), Caxias do Sul, Flores da Cunha, Bento Gonçalves, Garibaldi e Pinto Bandeira. Ainda 10% das uvas são dos Campos de Cima da Serra. Isso estende os resultados do estudo para todas as vinícolas que elaboram vinhos com uvas da serra gaúcha!

O estudo teve uma contraprova em um laboratório público. As amostras dos mesmos vinhos foram enviadas ao Laboratório de Referência Enológica (Laren) do governo do Estado do Rio Grande do Sul. “A análise no Laren comprovou os resultados apontados pelo Lavin, isto é, a concentração de o dobro de resveratrol nos vinhos da serra gaúcha ante seus concorrentes estrangeiros”, informa. No Laren, o melhor resultado de um vinho importado também foi do rótulo argentino Etchart Malbec 2017, com 1,61 mg/L de resveratrol. Entre os brasileiros, o Arbo Cabernet Sauvignon foi o campeão, com 2,96 mg/L de resveratrol.

O melhor: esses vinhos com melhor resultado em relação à presença de resveratrol custam até R$ 50. Isso atesta que os benefícios para a saúde dos vinhos são democráticos, acessíveis aos consumidores. Agora, além da crescente qualidade, os vinhos brasileiros comprovam sua vocação natural de fazer bem à saúde. Tim-tim. Autor: Orestes de Andrade Jr.

Presidente da ABS-RS, Jornalista e Sommelier

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