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Lifestyle, Diet, Wine & Health: vinho no contexto científico e de saúde pública

Especialistas se reuniram em Roma, durante Congresso que contou com dois trabalhos brasileiros apresentados pela presidente da ABS-RS, Caroline Dani


Divulgação congresso


O congresso Lifestyle, Diet, Wine & Health (Estilo de Vida, Dieta, Vinho e Saúde) 2025 ocorreu em Roma, Itália, entre os dias 26 e 28 de março, e a presidente do escritório gaúcho da Associação Brasileira de Sommeliers (ABS-RS), Caroline Dani, esteve presente, apresentando dois trabalhos conduzidos no Brasil: um sobre suco de uva e seu potencial no esporte e outro sobre os vinhos de dupla poda e suas características. 

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Promovido pelo Wine Information Council (WiC), Instituto per la Ricerca su Vino, Alimentazione e Salute (IRVAS) e Wine in Moderation (WiM), o evento reuniu investigadores e especialistas internacionais para discutir o papel dos estilos de vida saudáveis, da dieta mediterrânea e do consumo moderado de vinho na promoção da saúde pública.  

Foto acervo Caroline Dani

Caroline Dani, presidente da ABS-RS apresenta estudos brasileiros durante o Congresso
Caroline Dani, presidente da ABS-RS apresenta estudos brasileiros durante o Congresso

Um dos principais destaques desta segunda edição foi a contribuição do professor de Saúde Pública da Universidade de Navarra, Miguel A. Martínez-González, figura mundialmente reconhecida na investigação epidemiológica. Ele anunciou o lançamento do estudo europeu UNATI (University of Navarra Alumni Trialist Initiative), financiado pelo European Research Council (ERC). Trata-se de um ensaio de intervenção randomizado e controlado que, pela primeira vez, irá comparar os efeitos na saúde da abstinência total do álcool versus o consumo moderado de vinho dentro de um modelo de dieta mediterrânea.


O estudo está em fase inicial, envolverá mais de 10 mil adultos com idades entre os 50 e os 75 anos e pretende fornecer respostas cientificamente validadas a uma das questões mais debatidas em saúde pública.  “Este é o primeiro ensaio mundial concebido especificamente para avaliar cientificamente se a eliminação total do álcool é realmente mais saudável do que o consumo moderado de vinho quando integrado num estilo de vida mediterrâneo”, explicou Martínez-González. “Este padrão alimentar, combinado com hábitos de vida saudáveis ​​e atividade física regular, já demonstrou reduzir significativamente o risco de ataque cardíaco, acidente vascular cerebral, diabetes e mortalidade geral”. 

 

Luc Djoussé, professor associado de Medicina na Harvard Medical School e também associado em Nutrição na Harvard T.H. Chan School of Public Health também deu uma contribuição significativa ao Congresso.

 

Na sua apresentação, enfatizou que as doenças cardiovasculares continuam a ser uma das principais causas de morte e incapacidade nos países desenvolvidos, apesar dos avanços na investigação biomédica. Salientou a importância de identificar estratégias preventivas eficazes e acessíveis, destacando que fatores de estilo de vida modificáveis, como uma dieta saudável, atividade física regular, sono adequado e consumo moderado de álcool (na ausência de contraindicações) podem influenciar positivamente o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares e fatores de risco relacionados, como diabetes tipo 2, dislipidemia e hipertensão. 

Divulgação Congresso LDWH

Professores Miguel A. Martínez-González e Iris Shai foram alguns dos palestrantes de destaque
Professores Miguel A. Martínez-González e Iris Shai foram alguns dos palestrantes de destaque

A professora Iris Shai, da Universidade Ben-Gurion, da cidade israelense de Negev, acrescentou mais informações ao apresentar resultados de ensaios clínicos randomizados realizados em Israel e em outros países. Sua investigação mostra que modelos alimentares flexíveis e bem estruturados – como a dieta mediterrânea e a variante “verde-MED” que significa mais polifenóis de folhas escuras como Mankai e chá verde, mais nozes e um mínimo de carne vermelha – podem apoiar a perda de peso, melhorar a saúde cardiometabólica e reduzir a gordura hepática (esteatose). Ela deu especial ênfase ao papel dos polifenóis, incluindo os encontrados no vinho tinto, como compostos bioativos capazes de modular positivamente os mecanismos metabólicos. 

 

O congresso reafirmou que a saúde não é determinada por um único alimento ou nutriente, mas sim pela combinação de escolhas alimentares informadas, estilos de vida ativos e fatores culturais. Os especialistas sublinharam a importância de adotar uma abordagem integrada e baseada em evidências para apoiar um envelhecimento saudável, ativo e personalizado. Com o lançamento do estudo UNATI, abre-se um novo capítulo para a investigação europeia, que deverá influenciar futuras orientações dietéticas e reforçar o papel da dieta mediterrânea como elementos-chave na promoção da saúde pública. 


A médica e produtora de vinhos Laura Catena apresenta dados recentes divulgados em sua plataforma online
A médica e produtora de vinhos Laura Catena apresenta dados recentes divulgados em sua plataforma online

A médica, pesquisadora e produtora de vinhos Laura Catena, participante da mesa intitulada "Well-being and risk in context" (Bem-estar e risco contextualizado), defendeu a importância de estudos bem conuzidos e a análise estatística de dados.  Com o título Moderation and risk: how to encourage healthy choices (Moderação e risco: como estimular escolhas saudáveis), Laura apresentou dados recentes e apresentou sua plataforma online de informações, onde faz importantes discussões sobre o tema. No site www.indefenseofwine.com são disponibilizados farto conteúdo acerca do assunto.

 

“Este Congresso marcou um momento crucial para o diálogo entre ciência, cultura e saúde pública”, disse o professor Attilio Giacosa, presidente do IRVAS. “Temos o prazer de ter contribuído para a criação de um fórum de discussão rigoroso, no qual o vinho foi analisado no seu contexto natural: o da dieta mediterrânea e dos estilos de vida equilibrados. A qualidade das apresentações e a força da evidência científica confirmam a necessidade de continuar a fomentar a investigação nutricional – indo além de narrativas polarizadas e não baseadas em evidências em favor de uma avaliação científica, integrada e personalizada.” 

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