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Meu vinho, minha dieta

Aprenda como equilibrar saúde e prazer alimentar




Escolhas alimentares contam muito mais que o número de calorias digerida em um dia – e isso pode nos ensinar como inserir o vinho de forma saudável na alimentação. É diferente, por exemplo, consumir ovo ou brigadeiro. Ambos possuem 80 calorias, mas o ovo tem proteína, enquanto o doce tem carboidrato. Alimentos que possuem açúcar ou farinha refinada não gastam tanta energia na digestão. Os alimentos com nutrientes complexos, no entanto, precisam que o corpo trabalhe mais para metabolizar seus nutrientes. Um simples iogurte de aveia nos mostra a complexidade para obter uma fórmula de comer sem culpa. Os alimentos refinados vão parar mais rapidamente na corrente sanguínea, enquanto os complexos nem sempre irão integralmente para esse processo do final da digestão, onde há a formação de depósito de gordura, por terem nutrientes que não são digeridos.


Um homem, em média, precisa ingerir 2500 calorias diariamente, enquanto a mulher precisa de 2000 calorias, aproximadamente. São necessidades diferentes devido ao metabolismo natural na maior parte das pessoas. Quando pensamos na quantidade máxima de ingestão alcóolica, uma taça diária de vinho é a recomendada às mulheres. Já os homens podem degustar o dobro, isso pelo fato de o fígado feminino ser menor que o masculino. Porém, não se engane: gasto e ingestão de calorias não é um cálculo de subtração tão simples como se pensa.


Para compreender como o vinho pode vir a fazer parte da alimentação de forma saudável também é importante saber algumas características relacionadas ao álcool. Ele é um intermediário entre as proteínas e carboidratos (4 kcal por grama) e a gordura (9 kcal por grama), pois possui 7 kcal por grama. O álcool precisa ser absorvido por uma enzima de nome acetaldeído, por essa razão que uma quantidade excedente de bebidas pode causar danos à capacidade de absorção da enzima, o que pode fazer com que o fígado sofra lesões. Metade dos orientais não possui essa enzima no organismo, fato que leva essa população a ter mais ressaca que a média mundial.


Também por esse motivo que a Wine In Moderation recomenda que o vinho seja degustado sempre acompanhado de água. Intercalar vinho e água é um fator-chave para reduzir as chances de o organismo ser intoxicado. Para quem faz atividade física, recomenda-se três litros de água diariamente. Não passe sede, pois ela é um estado de desidratação. Não se hidrate com sucos ou chás, pois eles também necessitam de digestão. Sempre se hidrate com água.


As calorias do vinho dependem principalmente de dois fatores: do açúcar (4kcal/g) e do álcool (7kcal/g), ambos presentes na bebida. É preciso fugir dos vinhos cujo açúcar refinado é adicionado no final do processo. Já aquele natural da uva, seria uma escolha bem mais apropriada. Dependendo do nível de álcool e açúcar, um vinho poderá ter entre 100 calorias e 300 calorias. Um espumante nature, até com menos teor alcoólico, terá bem menos calorias que um Tokay (ou fortificado) que poderá atingir 300 calorias. O infográfico abaixo, baseado em informações técnicas da Wine Folly, elucida de maneira simples o número de calorias presentes em uma taça de 177 ml de acordo com os diferentes tipos de vinho.




A dupla dieta e vinho tem muito mais a ver com o comportamento do que nutrição propriamente dita. Estar presente de forma consciente na hora do consumo é o mais importante, além de não cair na armadilha de consumir vinhos menos calóricos e compensar em acompanhamentos mais calóricos.


Devemos nos sentir responsáveis por nossas escolhas. Basta que nos sirvamos de porções menores e, também, de menor quantidade de vinho na taça. Afinal, o que melhor que um jantar harmonizando massa integral ao molho de carne com vinho? Sim, carboidrato à noite, pois ele pode auxiliar para que tenhamos menos fome no dia seguinte. Mais uma mostra que ter hábitos de alimentação saudável é uma porta aberta para poder ingerir vinho na quantidade recomendada sem culpa.


Importante é que você se sinta bem para fazer boas escolhas tendo consciência. A prática do mindfulness, inclusive, nos revela que esse hábito é indispensável para que prestemos mais atenção em várias características organolépticas do vinho, como aromas e sabores, por exemplo. Ou seja, entender sobre vinho nos auxilia a consumir com mais responsabilidade.




Sobre a autora: Patrícia Binz é diretora de marketing da ABS-RS. Sommelier Profissional pela Associação Brasileira de Sommelier-RS (ABS-RS) e nível 3 pela WSET. Formada em nutrição pela UCS, atua na área de consultoria no ramo alimentício há uma década e há quatro anos na docência de cursos em gastronomia e vinhos. É food hunter da plataforma “Destemperados” e wine hunter para restaurantes e eventos. Possui especialização em gestão de marcas e o título de mestre em turismo e hospitalidade, também pela UCS. Atualmente é consultora e docente em cursos de vinhos. Tem experiência na área de nutrição, com ênfase em segurança de alimentos e sustentabilidade nos serviços alimentares.


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