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Vinho bom é vinho caro?

Saiba fazer a distinção entre vinhos bons e vinhos valorizados



Escrevo este post para que você possa entender melhor se o vinho bom é somente vinho caro, iniciando pelos motivos que levam um vinho a encarecer. Para começar, deve-se levar em conta a localização onde estão plantadas as videiras. Ou seja, se é uma região muito valorizada, se tem facilidade ou dificuldades no cultivo, qual a produtividade, se exige mais mão de obra ou a mecanização é mais facilitada, por exemplo. Tudo isso vai influenciar no preço final. Também entram nessa conta os investimentos em insumos, nos equipamentos que são utilizados, além do tipo de produto que chegará ao mercado. Haverá diferenças de custo entre os tanques com o controle de temperatura, pelo uso de barricas de carvalho ou mesmo ânforas. Os gastos com transporte e impostos, que podem ser altíssimos em algumas situações, devem ser somados. Além, é claro, da cotação das moedas.


Só a garrafa pode representar um aporte muito alto para o produtor. Se for um modelo mais exclusivo, essa conta tende a subir, pois pode ter rótulo, design e impressão diferenciados. Isso tudo sem falar ainda no investimento em marketing e publicidade. Se um vinho é uma marca consagrada no mercado e que se dedica a realizar ações sustentáveis, muito provavelmente você terá um vinho caro nas mãos. Isso sem falar dos vinhos envelhecidos, em que a vinícola permanece com o valor imobilizado por anos e ainda precisa de espaço e ambiente adequados para estocar um volume de produção, algo que agregará ainda mais valor. E o produtor só vende muito vinho se ele ainda abre garrafas para degustação. Temos aí, portanto, mais um detalhe a ser levado em consideração.


Mas mesmo com tudo isso que listei até agora, não significa que esse vinho é bom. Ele é apenas valorizado. Para analisar a qualidade, devemos levar em conta as características sensoriais para descobrirmos o nível de qualidade da bebida. Por exemplo, se esse vinho tem fruta e acidez presente, se está equilibrado, ou seja, não tem nenhum aspecto que está sobressaindo em detrimento de outro. Se tem taninos, que devem estar bem macios e com ótima textura. Se existe harmonia entre taninos e acidez. Se esse vinho apresenta diferentes aromas e sabores. Se tem uma boa concentração de sabor em boca e uma complexidade aromática em sabor. É aquele vinho interessante que a gente pode passar um bom tempo descobrindo, girando aquela taça e descobrindo mais características, aromas e sabores.


E se aquele vinho tem persistência final, em resumo, um vinho que a gente pode beber depois de um tempo e ainda continuar sentindo o sabor no paladar. Ou, claro, se ele é de uma Denominação de Origem, apresentando a tipicidade daquela Indicação Geográfica em especial. Esses são os parâmetros técnicos que devemos avaliar para analisar a qualidade de um vinho. Mas, claro, para você alguns vinhos podem ser mais relevantes, aparentarem ter mais qualidade, já que você será influenciado pelo seu gosto pessoal, independentemente dele ser mais caro ou mais barato.



Sobre a autora: Nutricionista, pós-graduada em Gestão de Marcas (branding) e Mestre em Turismo e Hospitalidade, todos pela UCS (Universidade de Caxias do Sul), possui experiência na área de nutrição com ênfase em segurança de alimentos e sustentabilidade. Sommelière Profissional (ABS-RS) e Master Países e Regiões (ABS-RS), também tem certificação nível 3 WSET e é candidata ao Diploma WSET. Conta com experiência como consultora e head sommelier em restaurantes e hotéis de luxo, e atua em experiências enogastronômicas, assim como é docente em cursos de vinhos e organiza eventos ligados ao setor.

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