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Phylloxera e sua história

Esse foi um dos momentos mais trágicos para a vitivinicultura mundial




Você já deve ter ouvido a expressão pré ou pós filoxera. Sim, esse foi um dos momentos mais trágicos para a vitivinicultura mundial. Filoxera é utilizada para se referir ao inseto e a doença que ele dá origem. Este será o tema que abordarei no artigo a seguir e que também debati no Bella (veja o vídeo na íntegra ao final deste post).


Phylloxera é o nome dado tanto à doença quanto ao pequeno inseto, um tipo de pulgão. Ele mede de 0,3 milímetro a 3 milímetros e ataca várias partes das videiras em diversos momentos do seu ciclo de vida. A praga pode acometer tanto os galhos mais diretamente, assim como as raízes da planta. A filoxera conclui seu ciclo evolutivo alimentando-se da seiva e leva à morte prematura da videira. Outro importante detalhe cientifico é que as fêmeas conseguem se reproduzir sem a presença de um macho. Isso a torna ainda mais patogênica dizimando grandes vinhedos.


Em meados do Século 19 ocorreu uma grande disseminação da filoxera no continente europeu, levando à ruína a indústria vinícola francesa, ainda que tenha atacado outros países, como Portugal e Itália, por exemplo. Porém, como ela chegou lá? Entre as inúmeras justificativas, uma delas está ligada às espécies de Vitis sp. Como a ciência explica, além da Vitis vinífera, de origem europeia, também existem as variedades americanas, como Vits riparia, Vitis labrusca e Vitis rotundifolia. Notadamente, as americanas são mais resistentes ao inseto causador da filoxera, enquanto a europeia é muito mais sensível. Na tentativa de levar as espécies americanas para Europa, tendo em vista sua resistência, o inseto acabou sendo transportado junto.


A solução para disseminar a praga partiu de George Husmann, um alemão radicado no estado do Missouri, nos Estados Unidos. Foi justamente ele que descobriu a resistência das Vitis labrsuca, conhecida como americanas, em contraposição à sensibilidade da Vitis vinifera, conhecida como europeia. Ele fez experimentos com hibridas onde criou um porta-enxerto que resiste à filoxera. O processo consiste em plantar raízes de americanas e enxertar a europeia que será a responsável pelos frutos propriamente ditos. A ele coube salvar a vitivinicultura mundial possibilitando o replantio das videiras. Outras alternativas facilitam ou dificultam a existência da filoxera. Solos arenosos, por exemplo, podem oferecer certa proteção. Poucos lugares no mundo, como no Chile e no Chipre, permitem plantar uma vitis vinífera diretamente. Em todo o mundo, é indicado que a vitis americana brote da terra sendo enxertada por uma vitis vinífera.



Sobre a autora: Caroline Dani é gestora executiva da ABS-RS. Possui graduação em biomedicina pela Universidade Feevale (2004), mestrado (2006) e doutorado (2008) em biotecnologia pela Universidade de Caxias do Sul (2006). Pós-doutorado na Georgetown Lombardi Comprehensive Cancer Center na Georgetown University, Washington, DC, EUA. Sommelier pela ABS-RS. Atualmente é professora convidada do programa de pós graduação em farmacologia e terapêutica na UFRGS. Professora do CIAS innovation e da ABS-RS. Fundadora do Instituto Dra Uva. Atua junto ao setor da uva e do vinho auxiliando em projetos diversos e na elaboração de materiais para divulgação dos benefícios dos derivados da uva à saúde humana. Já orientou inúmeros trabalhos de conclusão de curso e dissertações de metrado abordando o tema derivados da uva e saúde. Atua junto a diversos cursos da graduação nas disciplinas de elaboração de projeto de pesquisa e bioestatística, possuindo larga experiência em pesquisa científica e todas as suas abordagens estatísticas e éticas. Possui diversas publicações em periódicos internacionais especializados.

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