A nova obsessão dos super-ricos
- ABS-RS

- 16 de set.
- 3 min de leitura
Porque os bilionários estão comprando vinícolas?
Por Bastidores do Poder
Foto divulgação

Triplicando de tamanho em uma década e movimentando US$ 500 bilhões de dólares, o mercado de vinhos premium entrou no radar de nomes como Bernard Arnault e Rubens Menin. Mas afinal, por que os bilionários estão comprando vinícolas?
O vinho sempre esteve ligado ao prestígio social, mas nos últimos anos passou a atrair grandes fortunas como um ativo estratégico. Para empresários e famílias bilionárias, investir em vinícolas reúne três elementos difíceis de encontrar juntos. Prazer pessoal, retorno patrimonial de longo prazo e a construção de um legado que carrega o seu sobrenome.
Bernard Arnault, dono da LVMV, é o maior expoente dessa lógica. Seu grupo controla 29 maisons de vinhos e destilados, incluindo Moët & Chandon, Chatêau D’ Yquen e Dom Pérignon. Todas fazem parte da Möet Hennessy Wines and Spirits, braço da LVMH dedicado a bebidas, que faturou €$ 5,8 bilhões em 2024 ao integrar luxo, moda e hospitalidade.
Divulgação LVMH

Outros bilionários seguiram a trilha. François Pinault, atual controlador da Kering (Gucci, Balenciaga), comprou a histórica Chatêau Latour, avaliada em mais de €$ 350 milhões. Silvio Denz, da Lalique, investe em Saint-Emilion, região nobre da França. Já em Portugal, a Quinta do Crasto virou joia da família Roquette e atrai grandes bilionários.
Na Itália, a Marquesi Antinori virou símbolo do casamento entre tradição e eficiência. Controlada pela mesma família há 27 gerações, exporta para 150 países e fatura mais de 352 milhões de euros por ano. O ativo é referência em longevidade patrimonial, combinando reconhecimento global, geração de caixa recorrente e acesso a incentivos fiscais agrícolas.

Os brasileiros também marcam presença. Rubens Menin, dono da MRV e CNN Brasil, investiu €$ 55 milhões de euros em Portugal ao comprar as Quintas da Costa, do Sol e Bulas. Um de seus rótulos é a Douro's New Legacy, vendido por até R$ 2 mil . Já André Esteves, do BTG, controla 80% da quinta da Romaneira, comprada por €$ 20 milhões, em 2012.
A lógica desse mercado vai além do status. O setor de vinhos premium movimenta US$ 50 bilhões por ano, com margens acima de 30% e consumidores dispostos a pagar muito mais de US$ 10 mil por rótulos caros. Para investidores sofisticados, trata-se de um ativo resiliente, com apelo sensorial e sinergia natural com turismo e hospitalidade.

Esse interesse também reflete no valor da terra. Vinhedos ocupam regiões de alto prestígio e oferta limitada. Em Napa Valley, Califórnia, um hectare pode custar US$ 1,3 milhão de dólares. Na França, só em 2024, o mercado de venda de vinhedos movimentou mais de €$ 1,1 milhão, com áreas como a Borgonha superando o preço de €$ 2,5 milhões por hectare.
Nos últimos anos, o número de vinícolas com estrutura de hospitalidade cresceu muito em regiões como Douro, Napa e no Rio Grande do Sul. O enoturismo, que envolve experiências e visitas a vinícolas, saltou de US$ 17 bilhões em 2010 para US$ 51 bilhões em 2024. No fim, para bilionários, investir em vinho é eternizar seu sobrenome em garrafas que selam poder.









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